Motorista que causou acidente que matou mulher no DF diz à polícia que não estava bêbada nem fugiu do local

Batida deixou outras três pessoas feridas. Policial que atendeu ocorrência disse que condutora estava com ‘sinais claros de embriaguez’ e fugiu após dizer que ia urinar na lateral da pista.

A motorista que causou um acidente que deixou uma mulher morta no Gama, no Distrito Federal, se apresentou na 20ª Delegacia de Polícia na terça-feira (16). Ana Maria Machado Vasques disse à Polícia Civil que não estava bêbada e que não fugiu.

O acidente ocorreu na madrugada de sábado (13). A dona de casa Luzinete Alves de Oliveira, de 52 anos, morreu e outras três pessoas ficaram feridas.

De acordo com a Polícia Civil, o policial militar que atendeu a ocorrência disse que a médica estava com “sinais claros de embriaguez” e que ela fugiu em outro carro após pedir para urinar na lateral da pista.

Segundo a defesa, Ana Maria estava na velocidade da via e foi surpreendida pelo outro carro parado sem sinalização e com as luzes apagadas. “Ela tentou desviar, mas não conseguiu”, apontou a defesa.

O acidente

O acidente foi por volta das 3h, perto do Balão do Periquito, na DF-480. Luzinete estava no banco de trás do carro que foi atingido na traseira pelo carro da médica.

A dona de casa tinha acabado de sair do Hospital Regional do Gama (HRG), onde estava internada após sofrer uma ataque epilética e bater a cabeça. No carro também estavam outras quatro pessoas: a filha, de 18 anos; o genro, de 22; e um primo com a esposa, ambos com 34 anos.

Luzinete morava em Samambaia com o esposo e o enteado. Ela deixou três filhos — de 18, 29 e 31 anos.

 

Réu pelo 8 de janeiro, coronel da PMDF pede autorização ao STF para dar curso de gestão eficiente para empresas de vigilância

Jorge Eduardo Naime Barreto era chefe do Departamento de Operações da PMDF quando ocorreu ataque aos três poderes. Ele foi solto em maio passado, com uso de tornozeleira eletrônica e proibição de publicações nas redes sociais.

Réu pelo 8 de janeiro, o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime Barreto questionou o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (10), se poderá dar um curso de gestão eficiente para empresas de vigilância. Naime era chefe do Departamento de Operações da PMDF quando ocorreu o ataque aos três poderes, em Brasília.

O coronel, que estava preso desde 7 de fevereiro de 2023, obteve liberdade provisória no dia 13 de maio passado. Naime é réu em uma ação penal que apura acusações de omissão de autoridades pelos atos golpistas, quando as sedes do Legislativo, Executivo e Judiciário foram invadidas e depredadas.

Ao g1, o STF afirma que, até a última atualização desta reportagem, não havia uma decisão para o pedido. Naime cumpre medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, afastamento das redes sociais e a proibição de sair do país.

O coronel entrou com o pedido no STF porque, segundo seus advogados, “possui intenções de ministrar um curso sobre gestão eficiente para empresas de vigilância”. A plataforma utilizada para fazer o upload das aulas ministradas é o YouTube, Naime está proibido de publicar nas redes sociais e a defesa questiona se o YouTube faz parte das restrições.

De acordo com a defesa de Naime, “o curso tem como objetivo auxiliar gestores de empresas de vigilância a entender e operar eficientemente dentro do sistema de gestão da Polícia Federal, garantindo conformidade e evitando multas e cassações de licença”.

Os advogados dizem ainda que o “curso será estruturado para fornecer uma compreensão abrangente do sistema da Polícia Federal, incluindo a gestão de documentação, controle de licenças, prevenção de multas e implementação de boas práticas de gestão”.

“O sr. Jorge não possui qualquer intenção de tratar de temas alheios ao objeto do curso em questão, sua didática será estritamente profissional e limitada a explanação do conteúdo pertinente a matéria ministrada”, diz a defesa do coronel.

Naime foi solto com as seguintes prerrogativas:
Proibição de se ausentar do Distrito Federal;
Recolhimento domiciliar no período noturno e nos fins de semana;
Obrigação de se apresentar em juízo no prazo de 48 horas e comparecimento semanal, todas as segundas-feiras;
Proibição de uso de redes sociais e de se comunicar com os demais envolvidos, por qualquer meio;
Suspensão de documentos de porte de arma de fogo e quaisquer certificados de registro de armas.

Justiça Condena Policial por Agredir Entregador em Vicente Pires, DF

Policial militar condenado por agredir motoboy em Vicente Pires

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) emitiu uma sentença condenatória contra o tenente-coronel da Polícia Militar, Marcelo de Araújo Alves, por agredir um motociclista em Vicente Pires, no Distrito Federal, em março de 2023. O incidente foi capturado pelas câmeras de segurança do condomínio onde ocorreu a agressão.

A decisão judicial determina que Marcelo cumpra 1 ano e 20 dias de detenção em regime aberto, além de indenizar o motociclista, Cleyton Alves do Rego, em R$ 5 mil por danos materiais.

Marcelo foi condenado em primeira instância pelos crimes de lesão corporal, dano qualificado e denunciação caluniosa, por ter registrado um boletim de ocorrência acusando a vítima antes mesmo desta tomar qualquer atitude legal. O condenado tem o direito de recorrer da sentença. O G1 está tentando entrar em contato com a defesa do policial.

De acordo com a juíza responsável pelo caso, não houve legítima defesa por parte do militar, uma vez que não houve uma resposta recíproca de agressão por parte do motoboy.

A magistrada Lorena Alves Campos afirmou na sentença: “O motivo do crime é fútil, tendo em vista que foi praticado em decorrência de a vítima não ter respeitado a saída preferencial dos veículos”.

Relembrando o incidente, as câmeras de segurança registraram o momento em que Cleyton Alves do Rego chegava ao condomínio Nossa Senhora da Esperança para fazer uma entrega, enquanto o tenente-coronel Marcelo de Araújo Alves estava saindo com o carro. Após uma tentativa de empurrar a moto com o carro, o policial desceu do veículo e agrediu o entregador. Os dois se envolveram em uma briga, resultando em socos, chutes e ambos caíram no chão. O policial ainda danificou o capacete de Cleyton e o baú da moto.

mulher denuncia agressões de ex-companheiro em Samambaia, no DF

Segundo vítima, agressor é Gabriel da Silva Teixeira, que está foragido. Suspeito já foi preso outras duas vezes por violência contra mulher.

Um homem de 29 anos foi denunciado por agredir a ex-companheira em Samambaia, no Distrito Federal. As agressões foram gravadas pela câmera de segurança instalada no apartamento da vítima, de 39 anos (veja vídeo acima). O caso aconteceu em 7 de janeiro, mas só teve as imagens divulgadas nesta quarta-feira (28).

Segundo a vítima, que não quis se identificar, o agressor é Gabriel da Silva Teixeira. Ele está foragido desde o dia das agressões. Suspeito já foi preso outras duas vezes por violência contra mulher (veja detalhes abaixo).

O casal, que estava junto há quase 2 anos, tinha acabado de chegar em casa de um aniversário quando começaram as agressões, apontam os relatos.

“Ele fez uso de muita bebida alcóolica e, quando chegou em casa, começou a sessão de pancadaria. Eu me lembro de ter passado uma noite de terror, muito medo. A todo momento eu só queria sair daquele apartamento”, diz a mulher.
Ela conta que, mesmo após desmaiar, o homem continuou a agredindo e puxando o cabelo dela. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher à época do crime. No entanto, nesta semana, a mulher procurou novamente a polícia, segundo o delegado Fernando Fernandes, da 26ª Delegacia de Polícia.

Relacionamento

A vítima conta que Gabriel sempre foi muito agressivo, especialmente depois de beber. Em todas as vezes, as agressões começaram sem nenhum motivo, segundo os relatos dela.

Ela afirma ainda que, durante o relacionamento, eles compraram um chácara juntos. No entanto, após a separação, a vítima afirma que a mãe de Gabriel pegou a chave do imóvel, retirou alguns bens e trancou o local com correntes para dificultar a entrada dela.

De acordo com o delegado Fernando Fernandes, essa é uma forma de descumprimento da medida protetiva já que ela também se estende à família do agressor. A mãe de Gabriel deve ser intimada a prestar depoimento ainda nesta semana.

Segundo o delegado, em 2023, o suspeito foi preso duas vezes por violência doméstica contra a mesma vítima.

“Além das agressões e Maria da Penha, ele foi preso por posse ilegal de arma de fogo, já que na casa dele tinham duas espingardas e uma pistola. Na segunda ocasião, no mês de maio, a vítima teve que invadir o batalhão, uma vez que o autor, dentro do veículo, começou a discutir com ela e começou a dar cotoveladas e socos”, afirma o delegado Fernando Fernandes.

idoso é detido suspeito de assédio sexual contra adolescentes em Brasília

Flávio José de Melo convidou jovens de 13 e 15 anos para dentro do apartamento dele. Meninos usaram celular para registrar momento do crime; investigado se recusou a conversar com equipe da TV Globo.

Um idoso de 68 anos foi detido, neste domingo (4), suspeito de assediar dois adolescentes de 13 e 15 anos, na Octogonal, no Distrito Federal. As vítimas usaram o celular para filmar o momento do crime.

As imagens mostram que Flávio José de Melo convida os adolescentes para fazer “uma brincadeira” dentro do apartamento dele. Ao ser questionado, o homem diz ser “um sexo gostoso”.

Veja diálogo:

Suspeito: “Se vocês estivessem afim de uma brincadeira aqui…”

Vítima: “Que brincadeira?”

Suspeito: “Um sexo gostoso.”

Vítima: “A gente vai chamar a polícia para o senhor, sabia? Isso está muito errado.”

Suspeito: “Chama lá, chama lá”.

Adolescente: “Valeu, valeu”.

Após o episódio, os jovens, com ajuda da família, acionaram a polícia e contaram que brincavam na frente do prédio quando foram abordados por Flávio, que disse não se sentir bem e pediu ajuda para chegar ao apartamento onde ele mora. Na entrada do apartamento, veio o convite para que os adolescentes entrassem.

O suspeito foi ouvido na delegacia e liberado. O caso vai ser investigado pela 3ª Delegacia de Polícia, no Cruzeiro.

 

MPF abre inquérito para investigar Janones por suposto esquema de ‘rachadinha’

Procuradores querem saber se deputado federal cometeu improbidade administrativa após denúncia de assessores e ex-assessores. STF e Conselho de Ética da Câmara apuram caso desde dezembro de 2023.

O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) abriu inquérito para investigar as denúncias de um suposto esquema de “rachadinha” do deputado federal André Janones (Avante-MG) (relembre abaixo).

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo Tribunal Federal (STF) apura o caso desde dezembro de 2023. No MPF, foi aberto um inquérito civil para averiguar se houve improbidade administrativa pelo deputado.

O despacho com o pedido de investigação foi assinado pelo procurador Daniel Cesar Azeredo Avelido, em 6 de dezembro do ano passado. No mesmo mês, o Conselho de Ética da Câmara também instaurou procedimento para apurar a conduta de Janones em seu gabinete.

A rachadinha é uma prática ilegal na qual o gabinete de um parlamentar contrata funcionários, mas impõe a condição de que eles “devolvam” parte dos salários. Muitas vezes, são funcionários fantasmas, que nem vão aos gabinetes.

Denúncias

Assessores e ex-assessores de André Janones afirmam que o parlamentar operou um esquema de “rachadinha” no gabinete a partir de 2019, quando assumiu o primeiro mandato. Segundo esses denunciantes, a prática foi adotada, pelo menos, durante todo o primeiro mandato de Janones (2019-2022).

A rachadinha teria, também, sido adotada pela ex-assessora de André Janones Leandra Guedes na prefeitura de Ituiutaba (MG) – ela foi eleita prefeita do município em 2020 e levou parte dos assessores para compor sua equipe no novo posto.

A primeira denúncia foi feita por Fabricio Ferreira de Oliveira, que integrava o grupo político de Janones e trabalhou no gabinete entre fevereiro de 2019 e novembro de 2021.

O agora ex-assessor anexou à denúncia uma gravação com outro assessor de Janones, Alisson Alves Camargos. No áudio (escute abaixo), Alisson diz que recebia cerca de R$ 10 mil e que repassava, mensalmente, quase R$ 5 mil para “eles” – em referência a André Janones e Leandra Guedes.

Médico do DF é condenado por homicídio culposo após morte de bebê horas depois do parto

Shakespeare Novaes Cavalcante de Melo deve cumprir pena de um ano e quatro meses em regime aberto, além de indenizar pais da criança em R$ 240 mil. Defesa do obstetra diz que vai recorrer.

A Justiça do Distrito Federal condenou o médico Shakespeare Novaes Cavalcante de Melo por homicídio culposo pela morte de um bebê horas após o parto. Ele deverá cumprir um ano e quatro meses em regime aberto, além de indenizar os pais da criança em R$ 240 mil.

Em 2022, o médico foi denunciado pelo Ministério Público, que entendeu que houve negligência na atuação do profissional. A investigação apontou que a vítima, o bebê Bernardo Valença, sofreu traumatismo craniano depois que o médico inseriu uma ferramenta, conhecida como vácuo extrator, para tentar retirá-lo do útero da mãe. Um laudo também indicou que o bebê morreu por asfixia por sofrimento fetal agudo (veja detalhes mais abaixo).

Em nota, a defesa de Shakespeare Novaes informou que irá recorrer da decisão (leia íntegra mais abaixo). Para o pai do bebê, Paulo Neto, a pena dada ao médico não condiz com a irresponsabilidade que causou a morte prematura de Bernardo. “Fica a sensação de que a vida do nosso filho não vale absolutamente nada”, afirmou, ao g1.

“Não temos a intenção de acabar com a vida profissional, nem mesmo pessoal de ninguém, mas verdade seja dita, a irresponsabilidade profissional existe e foi provada na condenação. […] Mas, ficamos aliviados, pois independente da pena, o mais importante é que se faça jus ao Bernardo”, diz o pai da criança.

Procedimento na maternidade

A mãe do bebê, Beatriz Mendonça, deu entrada no hospital já em trabalho de parto, e a médica plantonista que a atendeu indicou que deveria ser feita uma cesariana. No entanto, segundo a família, o médico Shakespeare Novaes insistiu que induziria um parto normal.

Durante o procedimento, ele usou um vácuo extrator para sugar o bebê, de dentro do útero, pela cabeça (veja imagem acima).

“Depois de muitas tentativas e posições, enfim, um estampido muito forte. Um barulho muito forte, como se fosse um desentupidor de pia mesmo. Eu orava nessa hora, eu não conseguia reagir”, conta o pai de Bernardo.
Mesmo assim, não foi possível retirar o bebê, e o médico acabou optando por uma cesariana de emergência. Bernardo nasceu, mas em seguida foi intubado e encaminhado para a unidade de tratamento intensivo (UTI).

O bebê morreu 13 horas após o parto. De acordo com a família, o médico disse que a causa da morte foi parada cardíaca, mas o pai desconfiou da versão, e pediu a necropsia do corpo do filho, no Instituto Médico Legal (IML).

O laudo do IML apontou que o bebê morreu por asfixia por sofrimento fetal agudo, e por traumatismo cranioencefálico, causado pelo uso do vácuo extrator.

Em seu depoimento, Shakespeare Novaes afirmou que conversou com Beatriz e Paulo, e que eles teriam feito a opção de utilizar do vácuo extrator. Já os pais do bebê afirmaram que a escolha foi feita pelo próprio médico, a partir da avaliação do quadro clínico naquele momento.

Para o juiz Omar Dantas Lima, do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), somente o médico tinha capacidade técnica para avaliar o contexto e tomar a decisão que salvaguardasse a vida da mãe e do bebê.

“E não o fez de forma adequada. É pouco crível que os pais tivessem insistido no uso da técnica se fossem esclarecidos dos riscos à parturiente e à criança”, disse o magistrado, na condenação.

Segundo Dantas, o homicídio culposo foi comprovado pela falta de regra técnica da profissão, “ao deixar de acompanhar a parturiente com a devida atenção e tomando a decisão pelo uso do vácuo extrator de forma inapropriada, sem o cuidado e técnica necessários, o que gerou as lesões e consequências demonstradas”.

O que diz a defesa do médico
“A equipe jurídica recebeu a decisão da Terceira Vara Criminal de Brasília e acredita que não reflete completamente os detalhes apresentados nos autos.

Nesse contexto, destacamos que a conduta do Dr. Shakespeare se guiou de maneira estrita pelo protocolo médico vigente. Toda a sua atuação, livre de qualquer indício de negligência, imprudência ou imperícia, encontra-se devidamente comprovada no processo.

Faremos recurso para a instância competente, na convicção jurídica de que sentença será reformada.

Aproveitamos o espaço para reiterar, em nome do profissional, mais uma vez, nosso mais sincero pesar pela perda ocorrida e estender nossas condolências aos familiares afetados.”

 

Ministério Público denuncia motorista e dono da empresa de ônibus que tombou durante fuga e matou cinco pessoas no DF

Felipe Alexandre Gonçalves Henriques e o pai Alexandre Henriques Camelo foram denunciados por tentativa de homicídio e homicídio com dolo eventual — quando se assume risco de matar; ônibus estava em situação irregular. Advogados que faziam defesa deixaram caso; reportagem tenta contato com nova defesa.

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) denunciou o motorista e o dono da empresa de ônibus irregular que tombou durante uma fuga e matou cinco pessoas, na BR-070, em Ceilândia. O caso foi no dia 21 de outubro e o ônibus, em situação irregular, havia saído do Maranhão para o DF (saiba mais abaixo).

Felipe Alexandre Gonçalves Henriques, de 32 anos, e o pai dele Alexandre Henriques Camelo, de 56 anos, foram denunciados por tentativa de homicídio e homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de matar. Se a Justiça aceitar a denúncia do MP, os dois vão a júri popular.

Pai e filho estão presos desde 21 de outubro no Complexo Penitenciário da Papuda. Os advogados que faziam a defesa deixaram caso e a reportagem tenta contato com nova defesa.

‘Cientes da realização do transporte irregular’

Segundo a denúncia do MP, Felipe assumiu o risco de morte ao “fugir da fiscalização da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres] sob condições de tempo desfavoráveis, já que chovia” no momento em que o ônibus tombou. Conforme o Ministério Público, pai e filho estavam “cientes da realização do transporte irregular”.

Os promotores afirmam que Alexandre Henriques Camelos também colocou em risco a vida dos passageiros “pois auxiliou Felipe a desobedecer a ordem dos servidores da ANTT” e fugir com o ônibus que seria apreendido.

O Ministério Público também considerou dois agravantes para os crimes de homicídio: o emprego de meio que resultou em perigo comum, já que a fugir da fiscalização, pai e filho colocaram mais pessoas em risco, e a BR-070 ser uma rodovia bastante movimentada.

Os promotores dizem ainda “motivo torpe”: apenas para evitar a apreensão do ônibus. O MP pede que, em caso de condenação, Felipe e Alexandre indenizem os familiares das vítimas pelos danos sofridos e que a carteira de habilitação dos dois seja cassada.

Ao todo, 18 pessoas foram ouvidas no inquérito enviado ao Ministério Público.

Cinco mortos

O ônibus tombou no canteiro central da BR-070, na altura de Ceilândia. Uma testemunha filmou o momento do acidente (veja vídeo mais acima).

Cinco pessoas morreram, quatro ainda na rodovia e uma no hospital. Outras 15 pessoas ficaram feridas. Ao todo, eram 32 passageiros no ônibus.

A Polícia Civil informou que uma pessoa continua internada em estado grave, após um mês do acidente.

Ônibus seria apreendido

Segundo a Polícia Civil, após o ônibus ser parado no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele seria escoltado pela ANTT até a Rodoviária de Taguatinga, onde os passageiros desembarcariam e o veículo seria apreendido.

No entanto, o delegado Josué Pinheiro, da 12ª DP, de Taguatinga Centro, disse que, a pedido do pai – e dono da empresa – o motorista Felipe Alexandre Gonçalves Henriques foi orientado a fugir da escolta e seguir para a sede da empresa, que também fica na região.

O investigador afirmou que o empresário Alexandre Henriques Camelo usou o próprio carro para tentar atrapalhar a escolta da ANTT (veja vídeo acima). “Nesse momento, Felipe tentou fugir com o ônibus, bateu em outro veículo e tombou”, disse a polícia.

A defesa dos investigados à época negou a versão da polícia.

Em nota, a ANTT também disse que o motorista do ônibus tentou fugir com o veículo. “A agência esclarece que, em nenhum momento, houve perseguição por parte da equipe da agência”, diz a ANTT.

Ainda segundo a ANTT, além do veículo não ter autorização para transportar passageiros, ele estava sem seguro e com pneus carecas.

Vítima de ex-diretor da Polícia Civil do DF acionou governador e diz que foi cercada por acusado ao prestar queixa em delegacia

Vítima de perseguições do ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal Robson Cândido, a mulher que o denunciou à Justiça apresentou gravações, mensagens e imagens da perseguição que diz ter sofrido. A GloboNews e o blog tiveram acesso ao material.

Robson Cândido é acusado de cometer ao menos sete crimes contra pessoa com quem ele mantinha relacionamento extraconjugal. Ele está preso desde o dia 4 em razão das acusações e já virou réu no caso.

Na denúncia, consta que o ex-diretor da Polícia Civil do DF teria usado celulares e viaturas da polícia para perseguir a ex-amante, além de quebrar sigilos ilegalmente.

No material entregue pela mulher, que está em poder do Tribunal de Justiça do DF, a vítima narra como se dava a perseguição. E anexa mensagens de texto enviadas por ela ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) – “chefe” de Robson Cândido.

Na conversa, a ex-amante do chefe da polícia envia vídeos e um texto extenso no qual relata estar sendo perseguida pelo homem.

A mulher diz que Cândido usava carros oficiais da polícia, fazia coações, a segurava pelo braço e dizia que sua integridade física estava em risco. O então chefe da Polícia Civil dizia ainda, segundo ela, que a única pessoa que ele respeitava era o governador do DF.

A vítima pede ainda uma conversa com Ibaneis, e diz que queria tentar resolver o caso sem exposição na mídia. O print aponta que a mensagem foi enviada no último dia 23 de agosto.

Em resposta, Ibaneis diz: “Melhor procurar a delegacia”. A vítima, então, responde: “OK”.

O problema, neste caso, é que qualquer delegacia do Distrito Federal naquele momento era chefiada, justamente, por Robson Cândido – o acusado da lista de crimes.

A GloboNews e o blog acionaram a assessoria de Ibaneis para questionar se ele chegou a levar o caso às autoridades competentes, ou se achou que a resposta dada à mulher era suficiente.

A operação no início do mês foi coordenada pelo Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e do Centro de Inteligência do Ministério Público do DF.

Vítima encontrou acusado na delegacia
Em razão do posto que ocupava à época, Robson Cândido conhecia muita gente na Polícia Civil do DF.

Um dos vídeos anexados ao processo mostra a vítima narrando que foi a uma delegacia para registrar queixa contra o então diretor-geral – e que, para sua surpresa, ele também apareceu por lá.

O caso teria acontecido no último dia 29 de setembro, um mês após a mulher pedir ajuda ao governador Ibaneis Rocha.

Segundo a ex-amante, o diretor-geral da Polícia Civil apareceu na sala do delegado, enquanto ela tentava registrar queixa, para tentar intimidá-la e dissuadí-la de registrar a denúncia.

Ainda de acordo com a mulher, Robson Cândido já tinha admitido que a monitorava.

Justiça recebe queixa-crime contra homem que ameaçou Zanin no Aeroporto de Brasília

Informação foi confirmada pelo TJDFT. Caso ocorreu em janeiro deste ano, quando Luiz Carlos Basseto Junior filmou atacou ministro; g1 tenta contato com defesa do réu.

A 6ª Vara Criminal de Brasília recebeu a queixa-crime apresentada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin contra Luiz Carlos Basseto Junior. O ameaçou e xingou o ministro em um banheiro do aeroporto de Brasília, em janeiro deste ano.

A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). De acordo com a Corte, a queixa-crime foi recebida na sexta-feira (17). O g1 tenta contato com a defesa do réu.

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra que Luiz Carlos começou a filmar Zanin e a chamá-lo de “bandido” e “corrupto”. O agressor, que usou outros termos ofensivos, perguntou também o motivo de o advogado não estar no avião do presidente.

Em seguida, o homem passou a ameaçar a vítima: “Vontade de meter uma mão na orelha em um cara desses”. Além disso, o homem disse que o ministro “tinha que tomar um pau de todo mundo [sic]”.