Marcelinho Carioca: com digitais encontradas em carro, polícia pede prisão de grupo por sequestro de ex-jogador e amiga

Quatro suspeitos do crime estão presos, e as prisões de outros seis foram pedidas à Justiça. Ex-jogador foi sequestrado com amiga em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, em dezembro. Eles foram obrigados a gravar vídeo com informações falsas.

A Polícia Civil finalizou a investigação e pediu à Justiça as prisões de outras seis pessoas suspeitas de participar, em dezembro, do sequestro de Marcelinho Carioca e Taís Alcântara de Oliveira, a amiga levada ao cativeiro com o ex-jogador, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.

Já estão presos dois homens, de 29 e 37 anos, e duas mulheres, de 18 e 30 anos. Segundo apurado pelo g1, uma perícia fez o levantamento das digitais encontradas no carro de Marcelinho que os criminosos chegaram a rodar por um baile funk com armas e que depois foi abandonado na rua.

Foram identificadas mais seis pessoas que o laudo apontou que estiveram no veículo, sendo cinco homens e uma mulher. Dois deles, um homem, de 22 anos, e uma mulher, de 20, foram reconhecidos por uma suspeita já presa como sendo também criminosos que estiveram com as duas vítimas.

A polícia apontou, com os indícios de digitais no carro do ex-jogador, que eles teriam sido os responsáveis pelo sequestro. A investigação pediu a prisão à Justiça e indiciou o grupo por associação criminosa, receptação, roubo, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.

O caso agora será analisado pelo Ministério Público e pela Justiça.

Quem são os presos:

Eliane de Amorim, de 30 anos, contou à polícia que estava desempregada, tem dois filhos e tinha se encontrado com Jones, é um dos outros presos, horas antes de Marcelinho e Taís serem encontrados. Na ocasião, o “amigo de longa data”, como ela mesma descreve, pediu conta bancária “emprestada” para um “negócio” e precisava sacar o dinheiro. Jones teria dito que pagaria a ela. No entanto, ela nega ter recebido valores. Eliane foi indiciada por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro. Nesta terça-feira (16), Eliane conseguiu a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar, por conta dos dois filhos menores de 12 anos e por não ter ficha criminal. No entanto, ela terá de ir a cada dois meses ao fórum para informar sobre as atividades, estar em casa à noite e em dias de folga, quando estiver trabalhando.
Thauannata dos Santos, de 18 anos, tomava conta das vítimas, segundo a polícia. No interrogatório, ela alegou que não tinha a intenção de participar de algo errado, mas queria estar ao lado de um dos suspeitos do caso que não foi preso. Negou que receberia dinheiro pelo sequestro. Foi indiciada por associação criminosa e extorsão mediante sequestro.
Wadson Fernandes Santos, 29 anos, disse à investigação que conhece Jones, que havia perguntou se o interrogado tinha conta bancária para receber dinheiro. Wadson teria questionado se o dinheiro era proveniente de “coisa errada, tendo ele dito que não”. Acabou indiciado por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro.
Jones Santos Ferreira, 37 anos. O suspeito confessou que já participou de casos de estelionato, e busca contas para receber valores de golpes. Ele afirmou que foi procurado no sábado (16) por um criminoso, e essa pessoa pediu para receber valores em sua conta bancária. Jones falou que acredita que seria para um golpe e não um sequestro, e fez contatos com Wadson e Eliane para fornecer as contas para as movimentações bancárias. Foi indiciado por associação criminosa, receptação, lavagem de dinheiro e extorsão mediante sequestro.

O advogado de Jones reconhece que ele conseguia as contas bancárias para movimentação do dinheiro.

“Ele, de fato, entende ali que havia uma origem ilícita, mas que era um estelionato”, diz o advogado Anderson Lima, que também representa Eliane.

“A Eliane ela é amiga de Jones. Ela simplesmente emprestou a conta para sacar os valores. Eles não participaram do sequestro”, afirma.

A defesa dos outros citados não foi encontrada até a última atualização desta reportagem.

Como foi o sequestro

Marcelinho e Taís foram sequestrados na madrugada de 16 de dezembro e libertados pela Polícia Militar na segunda-feira (18). Eles estavam numa residência de Itaquaquecetuba.

Ao todo, dez pessoas participaram da ação criminosa contra o ex-jogador e a amiga, segundo o delegado Fábio Nelson Fernandes, diretor da Divisão Antissequestro. Ele disse que a quadrilha não planejou o sequestro de Marcelinho e da amiga. De acordo com a investigação, os dois foram levados por acaso, quando criminosos viram o carro de luxo do atleta circulando pela região.

“O sequestro foi ocasional. O crime não foi planejado”, afirmou Fábio na terça-feira (19).
Marcelinho contou que tinha ido a um show no estádio do Corinthians, em Itaquera, Zona Leste da capital, no domingo passado. Ao sair de lá, seguiu para Itaquaquecetuba para levar ingressos do evento para a amiga. Chegando ao local, ele contou que os dois foram abordados por homens armados.

Marcelinho foi agredido ao menos duas vezes com coronhadas. Até então, o grupo não sabia que tinha abordado um dos maiores ídolos corintianos.

“A todo momento, aquele apavoro. Um pegava uma arma: ‘Já viu isso aqui? Já brincou de roleta-russa?’ E girava. Colocaram a arma por baixo da toalha, aí sente aquela coisa gelada”, relembrou Marcelinho.
Os pedidos de pagamento de resgate para libertar o ex-jogador foram feitos pelos criminosos no domingo e na segunda. Um amigo chegou a transferir dinheiro para os bandidos.

O carro de Marcelinho tinha sido abandonado na rua pelos criminosos. PMs que passavam pela área suspeitaram do veículo e começaram a verificar a procedência.

O cabo da PM ligou para um dos contatos relacionados ao carro e chegou ao advogado de Marcelinho, foi quando se descobriu que se tratava de um desaparecimento com sequestro. Parentes receberam mensagens com ameaças.

“Não vai mandar o restante do dinheiro, né? Tá achando que estamos de brincadeira”, escreveu o sequestrador em uma delas.
Denúncias anônimas levaram a PM até o local do cativeiro, também em Itaquaquecetuba. Os policiais encontraram Marcelinho e a amiga numa casa em que estava uma outra mulher, que foi presa por estar tomando conta do cativeiro.

Resgate registrado
Um vídeo, obtido pelo g1 e pelo Fantástico, mostra quando a Polícia Militar encontrou a casa depois de uma denúncia anônima apontar o endereço em que as vítimas eram feitas reféns. O ex-atleta estava com Tais no segundo andar de uma habitação coletiva.

Marcelinho se emocionou ao ver que era um PM quem tinha subido as escadas e chegado ao local. Ele abraçou o policial e chorou ainda no quarto.

“Quando entrou [a PM], nós escutamos barulhos e eles [criminosos] já tinham saído pela janela. Quando eu abaixei a cabeça, eu não sabia o que tava vindo, eu falei: ‘Vão atirar na gente, vão matar a gente’. Eu abaixei a cabeça e [pensei] ‘Senhor, não deixa, não deixa”, lembrou o ídolo do Corinthians.
Taís estava deitada na cama, olhando para a parede, e Marcelinho era mantido virado para o mesmo canto e com uma toalha na cabeça. Taís é funcionária da Secretaria de Esportes de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, onde o ex-atleta foi secretário até janeiro deste ano. Eles são amigos.

Márcio Moreira, ex-marido de Tais, contou ao g1 que teme ser atacado na rua por causa de um vídeo com informações falsas que o apontava como sendo o mandante do sequestro das duas vítimas (entenda mais abaixo).

“A gente pode sair [na rua] e vem um louco aí e confunde a gente: ‘Olha o menino ali, o sequestrador.’ Pode fazer maldade'”, avaliou Márcio.

Vídeo fake
No mesmo dia em que o sequestraram, bandidos obrigaram o ex-jogador a gravar um vídeo ao lado da amiga. Nele, os dois dizem que foram sequestrados porque eram amantes e que ela era casada, dando a entender que o mandante do crime foi o marido da mulher. As duas vítimas negaram ter um relacionamento amoroso e disseram ser amigos.

“Os criminosos fizeram isso para tentar despistar a polícia”, falou o delegado Fabio.

Marcelinho chegou a falar com a imprensa na segunda, após ter sido libertado, e postou um vídeo no dia seguinte em uma rede social. Ele apareceu ao lado da família e comentou sobre o retorno para casa.

Tais, a mulher que foi sequestrada com Marcelinho, afirmou ao g1 que foi obrigada a gravar o vídeo com o ex-jogador de futebol e apontar o ex-marido, Márcio Moreira, como mandante do crime (veja acima).

“O tempo todo eles pediam só para passar senha de Pix, essas coisas. Eles pegaram meu celular, provavelmente devem ter olhado o banco e, vendo que não tinha saldo, estavam mais pedindo para o Marcelo. O Marcelo falou que era ex-jogador, e eles começaram a investigar nas redes sociais. Entraram na minha rede social, entraram na rede social do Márcio, para saber quem a gente era. A todo momento falavam que iam nos libertar, que era para a gente aguardar um pouco”, contou Tais.

 

Justiça decreta prisão de analista do MPDFT suspeito de receber R$ 140 mil de grupo investigado por lavar dinheiro desviado do DFTrans

Suedney dos Santos está foragido. Polícia encontrou comprovantes de pagamentos do grupo criminoso direcionados ao servidor; g1 tenta contato com defesa dele.

A Vara Criminal e Tribunal do Júri de Brazlândia decretou, neste domingo (25), a prisão preventiva de Suedney dos Santos. O homem é analista do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e é investigado por receber R$ 140 mil de um grupo suspeito de lavar dinheiro desviado do extinto sistema de bilhetagem DFTrans.

No dia 20 de dezembro, a Polícia Civil deflagrou uma operação e cumpriu nove mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão, em Brazlândia, contra suspeitos de participar do esquema (veja mais abaixo). Durante a investigação, os policiais encontraram diversos comprovantes de pagamentos para o analista do MPDFT, feitos entre 2017 e 2019.

De acordo com a Polícia Civil, Suedney está foragido. O g1 tenta contato com a defesa dele. Quem tiver informações sobre o analista, pode entrar em contato com a corporação pelo telefone 197.

Além disso, nesta terça (26), os policiais tentaram cumprir um mandado de prisão preventiva contra uma mulher que já havia sido presa temporariamente e usava tornozeleira eletrônica, mas ela também não foi encontrada. Segundo a polícia, a foragida é esposa do empresário e integra a cadeia de comando da organização criminosa.

Transferências
Os comprovantes encontrados pelos investigadores mostram que o dinheiro transferido para o analista era depositado nas contas da esposa e da mãe do analista. Além disso, os policiais também identificaram o pagamento de uma fatura de cartão de crédito do servidor.

Segundo a investigação, o analista prestava “consultoria” para a organização criminosa. “Ele fazia as minutas e pedia para os advogados assinarem as peças”, disse a Polícia Civil.

Operação Old West

A operação Old West é um desdobramento da operação Trickser que, em 2018 identificou “condutas de corrupção e desvio milionários” do antigo sistema de bilhetagem da capital. Segundo a apuração da 18ª Delegacia de Polícia, de Brazlândia, após a ação anterior, o grupo formou uma organização criminosa para lavar dinheiro e evitar bloqueios judiciais.

Segundo a investigação, a organzação era formada por pessoas da mesma família e contava com participação de “laranjas”. Além disso, há a suspeita da participação do analista do MPDFT.

De acordo com a Polícia Civil, após a operação Trickster, as empresas de um casal suspeito de estar à frente do esquema foram colocadas no nome de “laranjas” para que não houvesse bloqueios judiciais e para que as companhias continuassem prestando serviço para o governo do Distrito Federal e para prefeituras.

Lavagem de dinheiro
Os investigadores identificaram que o casal suspeito fazia transferências dos valores recebidos na contas empresariais para poupanças de filhos, parentes e amigos. Em seguida, os valores eram retirados e passados para outras empresas.

A ideia, segundo a polícia, era “dissimular os valores ujos e evitar bloqueios judiciais”. Entre as poupanças usadas pelos suspeitos, estavam a dos filhos que, à época da investigação, tinham 4 e 15 anos.

A polícia estima que o grupo tenha lavado R$ 31 milhões. Pelo menos 15 “laranjas” participavam do esquema.

 

Integrante do esquema de recrutamento no Brasil para o grupo Hezbollah é preso pela PF no RJ

Prisão ocorreu neste domingo. Nome do detido não foi divulgado. Fantástico revelou a identidade de outro integrante do esquema. Na semana passada, duas pessoas foram presas.

A Polícia Federal prendeu no Rio de Janeiro no início da noite deste domingo (12) mais um suspeito de participar do esquema de recrutamento de brasileiros pelo grupo extremista Hezbollah. A identidade dele não foi divulgada.

A informação foi apurada pelo Fantástico, que também descobriu a identidade do principal investigado do esquema no Brasil: Mohamad Khir Abdulmajid. Na última quarta-feira (8), a Polícia Federal fez operação para interromper atos preparatórios para ataques terroristas no Brasil. Na ocasião, os policiais cumpriram ao todo onze mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal e duas pessoas foram presas.

O principal suspeito, Abdulmajid é procurado pela Interpol. Ele é sírio, naturalizado brasileiro, e veio para o Brasil em 2008. No Brasil, ele foi fichado pela primeira vez em 2014, quando foi preso em flagrante vendendo bebida alcoólica para menor de idade, em Minas Gerais.

Mohamad é casado e a esposa é responsável por duas lojas que vendem produtos para tabacaria na área central de Belo Horizonte. A PF afirma que ele é o verdadeiro proprietário do negócio.

Em 2021, ele começou a ser investigado pela Polícia Federal por contrabando. Com o avanço das apurações, os delegados desconfiaram que a venda de produto ilegal tinha como objetivo financiar atos terroristas.

Em uma rede social, Mohamed publicou uma foto com uniforme militar em cima de um blindado. O perfil foi apagado, mas as imagens fazem parte da investigação.

O Fantástico teve acesso a trechos da representação policial da operação Trapiche. No pedido, o delegado afirma que Mohamad seria no mínimo simpatizante, senão apoiador e integrante do grupo libanês Hezbollah.

O conteúdo compartilhado no seu perfil indica que Mohamad, em 2016, lutou na guerra civil na síria como integrante da força do grupo Hezbollah que apoiou militarmente o governo de Bashar Al-Assad.

Ainda no documento, a polícia diz que “os indícios de que Mohamad integra o braço paramilitar do grupo libanês Hezbollah e o fato de constar recentes registros migratórios de todos os citados para o Líbano, associado às evidências de falta de condições financeiras e antecedentes criminais dos brasileiros natos, corroboram com a tese de que estamos diante de uma possível fase de recrutamento de brasileiros para atuações ilícitas, inclusive na hipótese de objetivos terroristas.”

Os investigadores apuram detalhes dos brasileiros que teriam sido cooptados por Mohamad Abdulmajid para ingresso no grupo extremista.

Até agora, a investigação aponta que eles não tinham vínculo ideológico ou religioso com o Hezbollah.

A PF acredita ter interrompido a formação de uma rede de mercenários que prestariam serviços para o Hezbollah. Este tipo de criminoso é chamado de proxy, bandidos que atuam por procuração e dinheiro.

A Polícia Federal mostrou uma foto de Mohamad Khir Abdulmajid a um dos investigados, durante interrogatório, e ele afirmou que se parece com um dos mensageiros que encontrou no Líbano.

 

Ex-tenente-coronel condenado a 36 anos pela morte da juíza Patrícia Acioli vai para prisão domiciliar

Cláudio Luiz de Oliveira foi considerado pela investigação como mandante do crime, que aconteceu em 2011. Justiça afirmou que condenado cumpriu prazo para progredir de regime.

O ex-tenente-coronel da Polícia Militar Cláudio Luiz de Oliveira, condenado a 36 anos de prisão pela morte da juíza Patrícia Acioli, recebeu autorização da Justiça para cumprir a pena em casa. Ele já tinha progredido para o semiaberto em maio.

Cláudio deixou o Presídio Constantino Cokotos, no Centro de Niterói, nesta segunda-feira (6), e foi para casa, em Icaraí.

Oliveira foi considerado pela investigação o mandante do assassinato de Patrícia. Ela foi morta com 21 tiros, em agosto de 2011, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O ex-PM foi condenado pelo crime em 2014.

O caso
Cláudio Luiz de Oliveira era comandante do 7° BPM (Alcântara), em São Gonçalo, também na Região Metropolitana do Rio, na época do assassinato de Patrícia Acioli.

A juíza atuava em processos contra vários integrantes do batalhão, acusados de envolvimento com milícias e grupos de extermínio.

Patrícia Acioli foi assassinada com 21 tiros na porta de casa. Na época do crime, ela tinha 47 anos, era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo.

Ao todo, 11 policiais foram condenados por envolvimento na morte da juíza.

Chefe do tráfico da Bahia é preso na Muzema, área dominada pela milícia

A Justiça da Bahia expediu 42 mandados de busca e apreensão e 29 mandados de prisão temporária nos estados da Bahia (36), Pernambuco (9), São Paulo (17), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (4) e Maranhão (1).

Um dos chefes de uma organização criminosa do tráfico de drogas que atua na Bahia e em outros estados do país foi preso na manhã desta sexta-feira (27) na Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, área dominada pela milícia. João Ricardo Cardoso Mota, o Rick ou R7, era considerado foragido da Justiça baiana e foi capturado durante a Operação Ancorar.

A operação é liderada pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da polícia baiana e tem como objetivo combater o tráfico de drogas e homicídios praticados pelo grupo em cidades do interior da Bahia e em vários estados. A ofensiva contou com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil e da Draco do RJ.

Durante um ano, a polícia baiana investigou a quadrilha e, após a coleta das provas (quebras de sigilo bancários, telefônico e telemático), representou pelas prisões.

A Justiça baiana decretou 42 mandados de busca e apreensão e 29 mandados de prisão temporária nos estados da Bahia (36), Pernambuco (9), São Paulo (17), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (4) e Maranhão (1).

O objetivo é combater o tráfico de drogas e homicídios praticados pelo grupo.

Em São Paulo, um homem considerado como o número 2 da quadrilha também foi preso.

“O chefe do grupo foi alcançado no Rio de Janeiro e o ’02’ foi preso na cidade de Santana de Parnaíba, em São Paulo”, explicou o diretor do Denarc, delegado José Alves Bezerra.

 

Saiba quem são os detentos que fugiram do complexo penal de Salvador; homens contaram com apoio de grupo com fuzis

Secretarias da Segurança Pública (SSP-BA) e de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) atuam em conjunto para localizar os fugitivos. Fuzis e pistolas foram apreendidas.

Os sete detentos do Complexo Prisional de Mata Escura, em Salvador, no sábado (21), tiveram os nomes revelados pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb). Conforme a instituição, eles respondiam por crimes de tráfico de drogas, homicídios e roubos.

Os fugitivos foram identificados como:

Virgínio de Alcântara Filho
Elivelton de Jesus Santos
Jeferson Silva Souza
Íkaro da Costa Santos
Jeferson Silva de Carvalho
Flávio Bastos Carneiro
Fábio Souza dos Santos.
Nenhum deles foi alcançado pelas forças de segurança até a última atualização desta reportagem.

Segundo o Sinspeb, o Batalhão de Guarda da Polícia Militar da Bahia (BGPM), que faz a segurança do perímetro de fora do módulo V do Complexo Penitenciário Lemos Brito (PLB), foi informado por agentes penais que faziam a segurança dentro do módulo, sobre uma movimentação estranha no local três horas antes da fuga, que aconteceu por volta das 12h40.

De acordo com o sindicato, por volta das 9h20, policiais penais plantonistas ouviram batidas na lateral da unidade prisional, local onde passa a via de acesso aos módulos e o Conjunto Penal masculino.

Dez minutos depois, a ocorrência foi reportada aos policiais militares do Batalhão de Guarda que fazem a segurança externa e das muralhas da unidade, afirmou o Sinspeb.

A fuga ocorreu as 12h40, quando os detentos quebraram a parede de uma área comum do pátio e acessaram o telhado da parte administrativa do módulo. Os fugitivos correram em direção a mata e pegaram um caminho pela lateral do depósito de materiais da unidade prisional.

No domingo (22), a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que a ação que resultou na fuga contou com apoio de um grupo de criminoso armado com fuzis e pistolas, que entrou em confronto com a Polícia Militar, permitindo que os foragidos deixassem o local.

A Polícia Militar e a SSP-BA apresentaram sete armas de fogo, entre elas dois fuzis, e quase três mil munições apreendidas durante a troca de tiros. As visitas estão suspensas no Módulo V.

De acordo com a SSP, a ação da Polícia Militar impediu que um número maior de detentos conseguissem fugir. Apesar disso, não há informações sobre quantos presos teriam sido recapturados em meio a operação.

Todo material apreendido estava no entorno do complexo penal em poder do grupo criminoso que auxiliou na fuga dos detentos. Ninguém foi preso.

A fuga

Segundo a Polícia Militar, após um servidor que trabalha no presídio ouvir um barulho na parte lateral do módulo V durante a manhã de sábado, o Batalhão de Policiamento de Guardas foi acionado, que adotou o protocolo de contenção.

No local, os policiais avistaram detentos fugindo em direção à mata, momento em que outros criminosos, que davam cobertura aos fugitivos, atiraram contra os militares e houve revide. Até o momento, não há informação sobre feridos.

Os agentes utilizaram granadas e contaram com o apoio de um helicóptero do Grupamento Aéreo (Graer), de outras companhias.

Após o confronto, na área de mata, na parte externa do complexo penal, os policiais militares encontraram dois fuzis Colt M4 calibre 5,56mm, cinco pistolas (4 Canik calibre 9mm e uma SF calibre 9mm), 1872 munições calibre 5,56mm, 794 munições calibre 9mm, 327 munições .40 e duas munições .380.

Além do armamento e munições, também foram localizados 17 carregadores para fuzil 5.56mm, um carregador alongado para 30 munições 9mm, 8 carregadores para 18 munições 9mm CANIK, dois carregadores para 19 munições HS e um carregador Glock para 16 munições.

No local também foram encontrados três coletes balísticos placa cerâmica, três carregadores portáteis e quatro aparelhos celulares. Todo o material apreendido será apresentado na Polícia Civil.

A apresentação à imprensa foi feita no Quartel do Comando Geral da PM, no Largo dos Aflitos, na capital baiana.

“Destaco a rapidez no tempo resposta da Polícia Militar, que acionou imediatamente cinco unidades em apoio ao Batalhão de Guardas e conseguiu impedir uma fuga em massa do presídio, e também assegurou a preservação de vidas”, disse o comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho.
Além do comandante-geral da PM, a coletiva contou com as presenças do secretário da segurança pública Marcelo Werner e do comandante do Batalhão de Polícia de Guardas, tenente-coronel Júlio.

A SSP diz ainda que atua ao lado da Seap para localizar os fugitivos. Segundo a pasta, ações de inteligência são realizadas por equipes das polícias Militar, Civil e Penal para recapturar os criminosos.

Além disso, equipes do Batalhão de Guardas, da Rondesp Central e do Grupamento Aéreo (Graer) seguem atuando no perímetro do Complexo.

Informações sobre os detentos podem ser enviadas de forma anônima através dos telefones 181 (Disque Denúncia) e 190 (Centro Integrado de Comunicações).

 

Caso Brennand: Justiça realiza 1ª audiência de denúncia de ameaça a caseiro em condomínio de luxo

Empresário já havia sido denunciado pela Promotoria de Porto Feliz (SP) nesta semana por agredir o garçom de um hotel no condomínio. Ele também é acusado de outros nove crimes cometidos no mesmo local.

O Tribunal de Justiça de São Paulo realiza, nesta terça-feira (5), a primeira audiência virtual de mais um processo contra Thiago Brennand na 2ª Vara de Porto Feliz (SP). A sessão deve começar às 14h. Este é o quarto processo contra o empresário na cidade.

A sessão desta terça-feira trata do caso de uma denúncia contra o empresário por ameaçar o caseiro de uma propriedade em um condomínio de luxo em Porto Feliz. O TJ-SP não informou quantas testemunhas foram arroladas para a audiência.

Ao todo, há seis julgamentos em andamento na Justiça, mas Brennand é réu em nove processos criminais.

As denúncias contra o empresário em Porto Feliz são investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Sorocaba (SP).

O caso que começa a ser julgado nesta terça-feira ocorreu na tarde do dia 25 de julho de 2022. De acordo com o Ministério Público, que fez a denúncia em outubro do ano passado, a vítima dirigia o próprio carro próximo a uma das portarias do condomínio e passou em frente à casa de Brennand, que estava saindo do imóvel.

Segundo o documento da Promotoria, a partir disso, Brennand passou a perseguir o caseiro, a buzinar e, em determinado momento, baixou o vidro do veículo para gritar “vagabundo, onde você pensa que vai?”.

Na denúncia, o MP-SP destacou a oitiva de um policial militar aposentado que trabalhava como segurança no condomínio de Brennand e presenciou o crime denunciado.

A testemunha contou às autoridades que viu quando o empresário fechou o carro da vítima no condomínio, próximo de uma das portarias, e houve uma discussão. O segurança disse que Brennand chamou a vítima de palavras de baixo calão e houve “empurra-empurra”.

Conforme apurado pelo MP, Brennand teria dito: “olha pra você, seu velho! Só não te quebro aqui porque você está no lugar errado! Olha o tamanho da sua barriga, seu velho safado”. Além disso, o empresário teria empurrado e desferido um tapa na cabeça da vítima.

Segundo a testemunha relatou ao MP, durante a discussão, o empresário chegou a ameaçar bater no motorista que teve o carro fechado, mas disse que não o faria por causa da idade dele. Durante a discussão, a testemunha afirmou que Thiago manteve a mão nas costas, “dando a entender que estava armado”, para intimidar a vítima.

Outras audiências
O empresário é réu em três processos em Porto Feliz. A primeira audiência na cidade foi no dia 30 de maio, referente ao processo em que uma norte-americana o acusa de estupro. A audiência foi retomada no dia 21 de junho.

Já o segundo processo, referente à denúncia de uma mulher que acusa Brennand de estupro, cárcere privado e de ter sido obrigada a tatuar as iniciais dele em seu corpo, teve a primeira audiência no dia 3 de julho. Brennand e o tatuador foram ouvidos durante uma audiência realizada na segunda-feira (3).

O terceiro processo que Brennand responde em Porto Feliz é referente ao caso de uma mulher que alega ter sido estuprada pelo empresário na mansão dele, em um condomínio na cidade. A primeira audiência foi realizada no dia 28 de julho, e retomada no dia 7 de agosto.

Ao todo, referentes a este processo, foram ouvidas a vítima, uma testemunha de acusação e cinco testemunhas de defesa. O caso foi retomado no dia 25 de agosto, com o interrogatório do réu, Thiago Brennand.

O empresário também responde a outros três processos na capital. Em 27 de julho, foi realizada a primeira audiência do empresário referente a outro caso: o de agressão contra uma modelo e atriz em uma academia da capital paulista.

Já no dia 8 de agosto, a Justiça realizou outra audiência referente à denúncia feita pela estudante de medicina e miss Stephanie Cohen por estupro, constrangimento ilegal e gravação de cena sexual.

De acordo com o TJ, nenhum desses casos teve sentença proferida e ainda não há previsão para que sejam finalizados, já que há pedidos de diligência e prazos a serem cumpridos.

Acusações

O nome de Brennand ficou conhecido depois que o Fantástico mostrou imagens exclusivas nas quais o empresário aparece agredindo a atriz Helena Gomes dentro de uma academia em São Paulo. Neste caso, ele responde pelos crimes de lesão corporal e corrupção de menores, já que teria incentivado o próprio filho adolescente a ofender Helena.

Depois que a reportagem foi ao ar, outras mulheres procuraram o Ministério Público de São Paulo para denunciar o empresário por crimes como estupro, agressão, ameaça, cárcere privado e injúria.

Segundo as vítimas, os crimes ocorreram entre 2021 e 2022, em uma casa que Thiago Brennand tem em um condomínio de luxo em Porto Feliz.

Uma das mulheres disse que foi mantida em cárcere privado, sofreu agressões, teve um vídeo íntimo divulgado sem consentimento e que foi forçada a fazer uma tatuagem com as iniciais do empresário. A Corregedoria da Polícia Civil investiga a delegada Nuris Pegoretti por suspeita de ter favorecido o suspeito no caso.

Já uma estudante de medicina acredita que foi dopada pelo empresário durante um jantar. Um ex-funcionário, que conviveu com Thiago Brennand por 15 anos, disse que ele batia e dava choques no próprio filho.

Além disso, um garçom que trabalha em um hotel dentro do condomínio afirma ter sido agredido pelo empresário. Já o caseiro de uma propriedade no mesmo local alega ter sido ameaçado por Brennand.

No total, o empresário e herdeiro é réu em nove processos criminais e, em seis deles, tem prisões decretadas por estupro, agressão, cárcere privado e ameaça. Brennand está preso no Brasil desde 29 de abril, após ficar oito meses nos Emirados Árabes.

 

Justiça do RN recebe denúncia contra 7 membros de grupo acusado de lavar dinheiro do tráfico de drogas com fazendas e igrejas
Operação do MP cumpriu dezenas de mandados contra grupo suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas. — Foto: MPRN/Divulgação

Operação do MP cumpriu dezenas de mandados contra grupo suspeito de lavar dinheiro do tráfico de drogas.

A Justiça do Rio Grande do Norte recebeu uma denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado contra sete pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. O grupo é investigado na operação Plata, deflagrada do dia 14 de fevereiro deste ano, e que investigou lavagem de dinheiro do tráfico de drogas inclusive por meio de fazendas e igrejas.

A suspeita é de que o grupo criminoso tenha movimentado mais de R$ 23 milhões com a compra de imóveis, rebanhos bovinos e até com o uso de instituições religiosas. De acordo com a denúncia, os réus se associaram para lavar o dinheiro através da aquisição e transmissão de imóveis, realização de depósitos não identificáveis e distribuição de dinheiro em espécie.

A investigação realizada pelo MPRN revelou que indivíduos com nenhuma ou quase nenhuma renda declarada movimentaram milhões de reais, sem justificativa aparente.

Provas colhidas ainda apontariam que os envolvidos, em grupos de WhatsApp, discutiam como manter um dos “negócios” ativo após a prisão de um dos investigados por uso de documento falso.

Ainda segundo o MP, as operações financeiras tinham como alvo o Rio Grande do Norte, mas envolviam agentes domiciliados em mais de um terço dos estados do país.

Outra característica marcante da investigação, segundo o MP, é a de que vários investigados atuavam como verdadeiros “provedores sociais”, financiando eventos públicos, tentando estabelecer laços políticos e construindo uma imagem de benfeitores sociais – tudo com recursos provenientes de atividades ilícitas.

Operação Plata

A operação Plata cumpriu sete mandados de prisão e outros 43 de busca e apreensão no Rio Grande do Norte, além dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Paraíba, e ainda no Distrito Federal. Ao todo, participaram nacionalmente do cumprimento dos mandados 48 promotores de Justiça, 56 servidores e ainda 248 policiais.

No RN, os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Natal, Jardim de Piranhas, Parnamirim, Caicó, Assu e Messias Targino. Houve ainda cumprimento de mandados nas cidades paulistas de São Paulo, Araçatuba, Itu, Sorocaba, Tremembé, Votorantim e Araçoiaba da Serra; em Brasília/DF, Fortaleza/CE, Balneário Camboriú/SC, Picuí/PB, Espinosa/MG e em Serra do Ramalho e Urandi, ambas na Bahia.

As investigações que culminaram na deflagração da operação Plata foram iniciadas em 2019, com o objetivo de apurar o tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, além do crime de lavagem de dinheiro.

Segundo o MP, o esquema era liderado por Valdeci Alves dos Santos, também conhecido por Colorido. Valdeci é originário da região do Seridó potiguar e é apontado como sendo o segundo maior chefe do de uma facção criminosa que surgiu nos presídios paulistas e que tem atuação em todo o Brasil e em países vizinhos.

O esquema de lavagem de dinheiro, de acordo com as investigações do MPRN, já perdura por mais de duas décadas. Valdeci foi condenado pela Justiça paulista e atualmente está preso na Penitenciária Federal de Brasília.

No Rio Grande do Norte, Valdeci tem como braço-direito um irmão dele, Geraldo dos Santos Filho, também já condenado pela Justiça por tráfico de drogas. Pastor Júnior, como é conhecido, foi preso em 2019 no Estado de São Paulo fazendo uso de documento falso. Geraldo estava cumprindo a pena em regime semiaberto.

Valdeci Alves dos Santos e Geraldo dos Santos Filho são investigados nessa operação ao lado de pelo menos mais outras 22 pessoas. A Justiça determinou o bloqueio e indisponibilidade de bens até o limite de R$ 23.417.243,37.

A pedido do MPRN, além do bloqueio de contas bancárias, a Justiça determinou o bloqueio de bens e imóveis, a indisponibilidade de veículos e a proibição da venda de rebanhos bovinos.

 

Operação Sodoma e Gomorra: condenadas 16 pessoas que atuavam no Sudeste goiano

Em decisão colegiada, os juízes Ricardo de Guimarães e Souza, Hugo Gutemberg Patiño de Oliveira e José dos Reis Lemes condenaram uma quadrilha de tráfico de drogas composta por 16 pessoas, que atuava na região Sudeste de Goiás, conhecida como estrada de ferro, que abrange principalmente as cidades de Orizona, Pires do Rio e Vianópolis. Todos receberam penas superiores a 16 anos de reclusão e terão de cumpri-las em regime fechado. A operação contava com a colaboração de três policiais, dos quais dois são civis e um é militar.

As interceptações telefônicas autorizadas pelo juízo, bem como os depoimentos das testemunhas, conforme analisaram os juízes, comprovam a materialidade dos crimes. “A Corte Superior de Justiça tem precedentes no sentido de considerar prescindível, quando não há apreensão da droga, a elaboração de laudo de constatação para comprovar a materialidade do delito de tráfico de entorpecentes, admitindo-se a deflagração de ação penal e eventual condenação com base em outras provas, como a testemunhal”, avaliaram, seguindo entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Acerca da autoria do crime, os magistrados observaram a diversidade de réus ligados ao tráfico de drogas na região e levaram em consideração os depoimentos dos policiais civis que atuaram na investigação prévia, que apontam como principais traficantes do grupo o caminhoneiro Gelson Donizete de Bastos de Freitas, o “Doni”, e o produtor rural Luís Carlos de Oliveira, conhecido como “Cobrinha”. “Pela análise do conjunto probatório, especialmente pelas interceptações telefônicas, conclui-se que todos os réus praticavam a mercância de entorpecentes, seja para obterem lucro, ou para uso, pois não se pode ignorar as circunstâncias de como ocorreram as prisões aliada à quantidade de droga apreendida em poder do principal fornecedor de Pires do Rio e, inclusive, pelas quantias em dinheiro também apreendidas”, verificaram os magistrados.

Sobre a formação do colegiado

Conforme a Lei Federal nº 12.694/12, que dispõe sobre o processo e o julgamento colegiado em primeiro grau de jurisdição de crimes praticados por organizações criminosas, o juiz da comarca de Orizona, Ricardo de Guimarães e Souza, pediu ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) a instauração de um colegiado para prosseguir com os trâmites legais em relação à quadrilha de tráfico de drogas que agia no sudeste do Estado. Em virtude da quantidade de pessoas no bando, no total de 30, o TJGO acatou o pedido. José dos Reis Pinheiros e Hugo Gutemberg Patiño de Oliveira, das comarcas de Urutaí e Goiandira, foram sorteados para atuar no caso. Com isso, todas as decisões relacionadas a esse processo são tomadas pelo colegiado.

Foram condenados Gelson Donizete, a 18 anos de prisão e 2.100 dias-multa; Luís Carlos de Oliveira, a 22 anos e 2.200 dias-multa; Dinamar Helena da Silva Dias, a 18 anos e 2.100 dias-multa; Charley Vieira Guimarães, a 16 anos e 2.100 dias-multa; Michel da Silva Souza, a 18 anos e 2.100 dias-multa; Amanda Jordana da Silva, a 16 anos e 2.100 dias-multa; Rildo Rodrigues Machado, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Samara Alves Fernando de Aquino, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Paulo da Costa Ferreira, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Elias Natal de Oliveira, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Rodrigo de Sousa, a 18 anos e 2.100 dias-multa; Fabiane Meireles de Oliveira, a 13 anos e 1.500 dias-multa; Paula Rayanne de Castro Santos, a 13 Anos e 1.500 dias-multa; Soraia Maria de Oliveira Nascimento, a 13 anos e 1.500 dias-multa; Ângela Cristina de Jesus, a 13 anos e 1.500 dias-multa; e Éder Geraldo da Silva, a 13 anos e 1.700 dias-multa.

Denúncia

Segundo a denúncia formulada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), todos os 16 acusados se associaram com a finalidade de praticarem reiteradamente a aquisição, venda, guarda e o fornecimento de drogas. Conforme relatado pelo órgão ministerial, os policiais Wandercy Bueno da Silva Júnior, João Bosco da Silva e Wilson Adriano Peres colaboraram com o crime ao utilizarem de suas funções públicas para repasse de informações à quadrilha, além de permitirem que fosse utilizado um local que estava sob vigilância pelos dois para a prática do ato criminoso.

Em 27 de fevereiro de 2014, foi deflagrada a operação pela Polícia Civil denominada Sodoma e Gomorra, que culminou na prisão dos acusados, de dois policiais civis e um militar. Nos anos de 2012 e 2013, mediante interceptações telefônicas autorizadas pelo juízo de Orizona, ficou constatado que o caminhoneiro Gelson Donizete, morador de Pires do Rio, era o principal fornecedor de drogas para os traficantes e residentes da cidade, além de distribuir drogas na cidade e também para Vianópolis com a ajuda de Luís Carlos. De acordo com as investigações policiais, ficou certificado que Gelson em associação com Luís, Dinamar Helena, Charley Vieira, Michel Da Silva e Amanda Jordana eram os principais encarregados pelo comércio do entorpecente na região e também do fornecimento das drogas para traficantes de outras cidades – denunciados e usuários.

Operação Sodoma e Gomorra: condenadas 16 pessoas que atuavam no Sudeste goiano

Em decisão colegiada, os juízes Ricardo de Guimarães e Souza, Hugo Gutemberg Patiño de Oliveira e José dos Reis Lemes condenaram uma quadrilha de tráfico de drogas composta por 16 pessoas, que atuava na região Sudeste de Goiás, conhecida como estrada de ferro, que abrange principalmente as cidades de Orizona, Pires do Rio e Vianópolis. Todos receberam penas superiores a 16 anos de reclusão e terão de cumpri-las em regime fechado. A operação contava com a colaboração de três policiais, dos quais dois são civis e um é militar.

As interceptações telefônicas autorizadas pelo juízo, bem como os depoimentos das testemunhas, conforme analisaram os juízes, comprovam a materialidade dos crimes. “A Corte Superior de Justiça tem precedentes no sentido de considerar prescindível, quando não há apreensão da droga, a elaboração de laudo de constatação para comprovar a materialidade do delito de tráfico de entorpecentes, admitindo-se a deflagração de ação penal e eventual condenação com base em outras provas, como a testemunhal”, avaliaram, seguindo entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Acerca da autoria do crime, os magistrados observaram a diversidade de réus ligados ao tráfico de drogas na região e levaram em consideração os depoimentos dos policiais civis que atuaram na investigação prévia, que apontam como principais traficantes do grupo o caminhoneiro Gelson Donizete de Bastos de Freitas, o “Doni”, e o produtor rural Luís Carlos de Oliveira, conhecido como “Cobrinha”. “Pela análise do conjunto probatório, especialmente pelas interceptações telefônicas, conclui-se que todos os réus praticavam a mercância de entorpecentes, seja para obterem lucro, ou para uso, pois não se pode ignorar as circunstâncias de como ocorreram as prisões aliada à quantidade de droga apreendida em poder do principal fornecedor de Pires do Rio e, inclusive, pelas quantias em dinheiro também apreendidas”, verificaram os magistrados.

Sobre a formação do colegiado

Conforme a Lei Federal nº 12.694/12, que dispõe sobre o processo e o julgamento colegiado em primeiro grau de jurisdição de crimes praticados por organizações criminosas, o juiz da comarca de Orizona, Ricardo de Guimarães e Souza, pediu ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) a instauração de um colegiado para prosseguir com os trâmites legais em relação à quadrilha de tráfico de drogas que agia no sudeste do Estado. Em virtude da quantidade de pessoas no bando, no total de 30, o TJGO acatou o pedido. José dos Reis Pinheiros e Hugo Gutemberg Patiño de Oliveira, das comarcas de Urutaí e Goiandira, foram sorteados para atuar no caso. Com isso, todas as decisões relacionadas a esse processo são tomadas pelo colegiado.

Foram condenados Gelson Donizete, a 18 anos de prisão e 2.100 dias-multa; Luís Carlos de Oliveira, a 22 anos e 2.200 dias-multa; Dinamar Helena da Silva Dias, a 18 anos e 2.100 dias-multa; Charley Vieira Guimarães, a 16 anos e 2.100 dias-multa; Michel da Silva Souza, a 18 anos e 2.100 dias-multa; Amanda Jordana da Silva, a 16 anos e 2.100 dias-multa; Rildo Rodrigues Machado, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Samara Alves Fernando de Aquino, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Paulo da Costa Ferreira, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Elias Natal de Oliveira, a 16 anos e 1.700 dias-multa; Rodrigo de Sousa, a 18 anos e 2.100 dias-multa; Fabiane Meireles de Oliveira, a 13 anos e 1.500 dias-multa; Paula Rayanne de Castro Santos, a 13 Anos e 1.500 dias-multa; Soraia Maria de Oliveira Nascimento, a 13 anos e 1.500 dias-multa; Ângela Cristina de Jesus, a 13 anos e 1.500 dias-multa; e Éder Geraldo da Silva, a 13 anos e 1.700 dias-multa.

Denúncia

Segundo a denúncia formulada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), todos os 16 acusados se associaram com a finalidade de praticarem reiteradamente a aquisição, venda, guarda e o fornecimento de drogas. Conforme relatado pelo órgão ministerial, os policiais Wandercy Bueno da Silva Júnior, João Bosco da Silva e Wilson Adriano Peres colaboraram com o crime ao utilizarem de suas funções públicas para repasse de informações à quadrilha, além de permitirem que fosse utilizado um local que estava sob vigilância pelos dois para a prática do ato criminoso.

Em 27 de fevereiro de 2014, foi deflagrada a operação pela Polícia Civil denominada Sodoma e Gomorra, que culminou na prisão dos acusados, de dois policiais civis e um militar. Nos anos de 2012 e 2013, mediante interceptações telefônicas autorizadas pelo juízo de Orizona, ficou constatado que o caminhoneiro Gelson Donizete, morador de Pires do Rio, era o principal fornecedor de drogas para os traficantes e residentes da cidade, além de distribuir drogas na cidade e também para Vianópolis com a ajuda de Luís Carlos. De acordo com as investigações policiais, ficou certificado que Gelson em associação com Luís, Dinamar Helena, Charley Vieira, Michel Da Silva e Amanda Jordana eram os principais encarregados pelo comércio do entorpecente na região e também do fornecimento das drogas para traficantes de outras cidades – denunciados e usuários.