Polícia Civil deflagra Operação Perfídia e cumpre mandados de prisão contra vereadores de Augustinópolis

A Polícia Civil do Estado do Tocantins deflagrou na cidade de Augustinópolis, a 608 km de Palmas, a Operação Perfídia, voltada para o cumprimento de 10 mandados de prisão temporária contra parlamentares do município, três conduções coercitivas e 14 mandados de busca e apreensão. A operação ocorreu na sexta-feira, 25.

As prisões dos vereadores foram determinadas pelo Poder Judiciário, a partir de investigações de esquema de corrupção na aprovação de projetos de lei encaminhadas pelo chefe do Poder Executivo Municipal, e acarretaram um prejuízo ao erário local de, aproximadamente, R$ 1,5 milhão.

“Os vereadores cobravam valores do governo de Augustinópolis para a aprovação de projetos de lei de interesse da cidade. Além do valor pago mensalmente, a Lei Orçamentária Anual só foi aprovada no final de 2018 mediante pagamento prévio”, declarou o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia de Augustinópolis, Jacson Wutke.

Iniciadas em 2017, as investigações comprovaram a exigência ilegal de contrapartida municipal em dinheiro para o exercício da função legislativa envolvendo 10 dos 11 vereadores locais. “Durante todas as investigações, com o monitoramento dos vereadores, em nenhum momento se cogitou benefício aos populares de Augustinópolis, visando apenas ao enriquecimento ilícito, a partir da usurpação da Prefeitura Municipal”, frisou o delegado Thiago Busthorff, da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic).

Na manhã de sexta-feira, 25, 60 policiais civis integrantes da ação deram cumprimento aos mandados de prisão temporária contra os parlamentares Antônio Silva Feitosa, Antônio Barbosa Souza, Ângela Maria Silva Araújo de Oliveira, Francinaldo Lopes Soares, Ozeas Gomes Teixeira, Marcos Pereira de Alencar e Maria Luiza de Jesus do Nascimento. O vereador Wagner Mariano Uchôa Lima, até então considerado foragido da justiça, apresentou-se, horas depois, à autoridade policial. Edvan Neves Conceição entregou-se no final da tarde do mesmo dia. Antônio José Queiroz dos Santos ainda é procurado pelas equipes da polícia judiciária.

Todos os mandados de busca e apreensão foram realizados, tendo, inclusive, como foco, as sedes da Prefeitura e Câmara Municipal de Augustinópolis. Além da coleta de declarações do presidente da Casa de Leis de Augustinópolis, Cícero Cruz Moutinho, e do secretário de administração e do chefe do controle interno do município, que foram conduzidos coercitivamente, os presos estão sendo submetidos a interrogatório.

A operação, comandada pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Augustinópolis, continua em andamento com apoio da Deic, Núcleos de Araguatins e Araguaína, Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Araguaína e demais unidades policiais componentes da 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil.

 

Joelza foi presa durante a operação Stellio Natus que apura fraudes no Cartão Cidadão

A Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso abriu Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra a policial Joelza Rosa. Ela é acusada de participar de uma organização criminosa que desviou dinheiro público por meio do Cartão Cidadão. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado que circulou nesta segunda-feira (23).

O PAD, de número 014/2017/CGPJC/MT, tem o prazo de conclusão de 60 dias, podendo prorrogar por igual prazo.

Conforme o extrato da portaria publicada no Diário Oficial, Joelza será investigada por suposta quebra de deveres do policial civil, tipificado no artigo 116 do Estatuto da Polícia Judiciária Civil.

O processo pode resultar na expulsão da servidora do quadro de funcionários da Polícia Civil, devido aos fatos graves já apurados.

Joelza foi presa durante a operação Stellio Natus – deflagrada em abril deste ano pela Polícia Federal (PF). As investigações apontam que a policial é a esposa do principal líder do esquema que usava dados de pessoas que tinham direito aos benefícios do Cartão Cidadão, entre eles o Seguro Desemprego e o saque do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço].

Joelza foi presa em São Félix do Araguaia (a 1.162 km de Cuiabá). Na época da operação foram cumpridos 16 mandados, sendo oito de prisão preventiva, dois de condução coercitiva e seis de busca e apreensão.

A operação teve como base o Estado de Goiás, mas também houve prisões e mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Minas Gerais e Pará.

Operação Cariri prende onze suspeitos de explodir Caixas Eletrônicos no Sertão de PE

De acordo com a Polícia Federal, eles são responsáveis por pelo menos nove assaltos a bancos com explosões de caixas eletrônicos, dos correios e carros-fortes em Pernambuco e Ceará.

A Polícia Federal divulgou nesta segunda-feira (23) o resultado da “Operação Cariri”, deflagrada no último final de semana, em Salgueiro, no Sertão Pernambucano. A ação que tinha como objetivo cumprir 16 mandados de prisão prendeu onze integrantes de uma quadrilha de assalto a bancos. De acordo com a polícia, eles são responsáveis por no mínimo nove crimes em cidades do Ceará e do Sertão de Pernambuco.

Entre os crimes cometidos pelos presos, estão assaltos a bancos com explosões de caixas eletrônicos, dos correios e carros-fortes. A operação identificou 18 integrantes dos estados de Pernambuco, Ceará, Bahia e Alagoas. Dois deles foram mortos em confronto com a polícia, no início do ano, em Salgueiro e outros oito foram presos em ações anteriores. Dos presos, um é comerciante em Petrolina-PE, outro policial civil da Paraíba e vereador no Ceará.

A ação dos criminosos consistia manter parte da quadrilha em confronto com a polícia, enquanto outros integrantes do grupo explodiam caixas eletrônicos e recolhiam o dinheiro. Eles costumavam bloquear estradas com grampos.

Os onze presos foram encaminhados à Penitenciária Industrial regional do Cariri- PIRC, em Juazeiro do Norte-CE. Eles vão responder por crimes de assalto. A Operação segue com o objetivo de prender outro cinco envolvidos nos crimes que ainda não foram localizados.

Presos na Operação Cariri:

Josiel de Almeida – recolhido no Presídio de Paulo Afonso/BA

Denilson da Silva Antunes – recolhido a Penitenciária de Petrolina/PE

Cleiton Pereira da Silva – recolhido ao Presídio de Salgueiro/PE

José Salviano Arcoverde Neto – recolhido a Presídio de Arcoverde/PE

Edilzo Vicente da Silva – recolhido ao Presídio de Patos/PB

Felipe Oliveira de Araújo – recolhido a Presídio de João Pessoa/PB

Alessandro P. dos S. M. Cornélio – recolhido ao Presídio de Limoeiro/PE

Nadelson Wisard dos Santos – recolhido ao Presídio de Juazeiro do Norte/CE

Henrique Rocha da Cruz – recolhido ao Presídio de Juazeiro do Norte/CE

Gedenildo Romão da Silva – recolhido ao Presídio de Juazeiro do Norte/CE

Francisco Renato Pereira Júnior – recolhido ao Presídio de Juazeiro do Norte/CE

MP denuncia Cabral, Nuzman e mais quatro após Operação Unfair Play

Operação da Polícia Federal mandou para prisão o ex-presidente do COB

Carlos Arthur Nuzman e Sérgio Cabral. Foto Foto: Berg Silva / Berg Silva / Agência O GloboCarlos Arthur Nuzman e Sérgio Cabral. 

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia, nesta quarta-feira, contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman, o empresário Arthur Soares, o ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016 Leonardo Gryner, o ex-diretor de marketing da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) Papa Massata Diack e o ex-presidente da IAAF Lamine Diack após as investigações da Operação Unfair Play.

Nuzman, que é suspeito de ter intermediado o pagamento de propinas para que o Rio de Janeiro sediasse os Jogos Olímpicos de 2016, foi denunciado por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Gryner, seu braço-direito, também foi enquadrado nos dois primeiros crimes.

Já Cabral é acusado de corrupção passiva. O ex-governador do Rio comandaria um esquema de pagamento de propinas do qual fazia parte do empresário Arthur Soares, denunciado por corrupção ativa. De uma conta do “Rei Arthur”, como é conhecido, teriam sido feito os pagamentos a Papa Diack e Lamine Diack para a compra dos votos que trouxeram os Jogos para o Rio.

Nuzman foi preso em regime temporário no último dia 5, e a prisão foi transformada em preventiva — isto é, sem prazo delimitado — na semana seguinte. Gryner, que também teve decretada prisão temporária no início do mês, foi solto na última sexta (13). Ambos ficaram na cadeia pública de Benfica, na Zona Norte do Rio, onde Cabral está preso por outros casos investigados pela Operação Lava-Jato.

Arthur Soares é considerado foragido pelas autoridades brasileiras. Acredita-se que esteja nos EUA, local do último registro de entrada de seu passaporte, mas a localização no país é incerta. O Brasil já enviou aos EUA um pedido formal de extradição de Soares, que ficou conhecido como “Rei Arthur”, devido aos contratos milionários de prestação de serviços que obteve junto ao governo do estado durante a gestão de Cabral.

Papa Diack também é considerado foragido, mas pela Justiça francesa. Seu pai, Lamine Diack, encontra-se em prisão domiciliar em Paris, após ser alvo de uma investigação francesa que apurava o recebimento de propina por dirigentes da IAAF para encobrir casos de doping de atletas da Rússia. Envolvido na mesma investigação, Papa Diack acabou fugindo para o Senegal, seu país-natal. Autoridades senegalesas já disseram que não vão extraditá-lo para a França.

NUZMAN: MEMBRO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) já haviam indicado, ao pedirem a prisão de Nuzman no início do mês, que o ex-presidente do COB não seria denunciado apenas como intermediário de negociação de propina. Na argumentação dos procuradores, a compra de votos caracterizou Nuzman como parte da organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral e destinada a desviar recursos dos cofres estaduais através de contratos superfaturados. De acordo com o MPF, a vinda da Olimpíada para o Rio possibilitou contratos vultuosos — e, consequentemente, grandes desvios de recursos dentro desse esquema — para os empresários ligados ao ex-governador, entre eles Arthur Soares, principal prestador de serviços do governo do estado na gestão de Cabral.

Assim, além de corrupção passiva, Nuzman também foi denunciado por organização criminosa. Gryner, seu amigo pessoal e braço-direito na candidatura do Rio, também foi denunciado pelos mesmos crimes. O ex-diretor de Operações do Comitê Rio-2016 acompanhou Nuzman em várias viagens nos meses que antecederam a votação da sede dos Jogos de 2016, realizada em outubro de 2009, na Dinamarca. Em uma dessas viagens, em Paris, Gryner admitiu aos procuradores ter se encontrado com Arthur Soares, entre o fim de agosto e o início de setembro. Segundo Gryner, o encontro serviria para alinhar o patrocínio de Soares a competições de atletismo que a IAAF, de Papa e Lamine Diack, queria realizar no Brasil. Ainda de acordo com Gryner, a sugestão do encontro partiu de Cabral. No fim do mesmo mês, partiu de uma conta do “Rei Arthur” para duas contas de Papa Diack a quantia de US$ 2 milhões, que os procuradores do MPF apontam como a propina em nome da candidatura do Rio para que membros do COI — incluindo Lamine Diack, o pai de Papa — votassem no Rio dias depois.