Justiça liberta dentista que colidiu e matou assaltantes
Antes de se dirigirem para a sede do Judiciário em Juazeiro do Norte, os manifestantes realizaram um apitaço em frente à 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil, para onde o dentista teria sido levado por policiais militares que atenderam a ocorrência no sábado (21).
Natural de Minas Gerais, e aluno do curso de medicina em Barbalha, onde reside, Felipe Soares permaneceu preso em uma sala utilizada como enfermaria na Penitenciaria industrial Regional do Cariri (Pirc), por possuir diploma de nível superior.
O caso envolvendo o dentista aconteceu na noite do último sábado, por volta das 22 horas, quando ao tentar estacionar seu veículo, uma Mitsubishi ASX, nas proximidades do restaurante Taberna da Carne, no bairro Lagoa Seca, ele teria sido surpreendido por dois homens que trafegavam em uma motocicleta e que anunciaram o roubo.
Os homens tomaram o aparelho celular do dentista, um par de óculos e uma bolsa. Após terem subtraído os pertences da vítima, a dupla, identificada como Willian Ferreira da Silva, 21 anos, e Carlos Pereira da Silva, 28, fugiu em direção ao município de Barbalha pela rodovia Leão Sampaio.
Segundo depoimento prestado a Polícia, atordoado com a ação dos bandidos o dentista decidiu acelerar o carro e, a cerca de um quarteirão do local onde havia sido atacado, colidiu com a motocicleta utilizada pelos assaltantes. Ambos morreram no local do acidente. O veículo de Felipe Soares acabou, ainda, chocando-se contra um poste.
Uma patrulha da Polícia Militar (PM), que se deslocava para o atendimento a uma outra ocorrência, acabou parando para prestar socorros aos envolvidos no acidente. O dentista, então, foi conduzido a 20ª Delegacia Regional de Polícia Civil onde, após prestar depoimento, foi autuado em flagrante pelo delegado de plantão por duplo homicídio doloso (quando há intenção de matar).
No fim da manhã de ontem o advogado de defesa do odontólogo, Carlos Alberto Ferreira Alencar, protocolou pedido de liberdade na 1ª Vara Criminal de Juazeiro do Norte. No pedido, a defesa alega que Felipe Soares não jogou seu carro propositalmente contra os dois assaltantes e que a morte de ambos acabou sendo uma fatalidade decorrida por causa de um acidente de trânsito. “Não houve perseguição como pregam alguns comentários. O Felipe estava atordoado após o assalto”.