Operação “My Way” da Lava-Jato investiga 11 operadores e 25 empresas
PF investiga empresas e intermediários que, supostamente, agiam em esquemas de corrupção tocado dentro da Diretoria de Engenharia da Petrobras
Investigadores da Lava-Jato deflagraram a operação ;My Way; nesta quinta-feira (5/2) atrás de 11 operadores e 25 empresas. Os intermediários agiam em esquemas de corrupção na Petrobras. A suspeita é de que eles atuavam em frentes diferentes na Diretoria de Engenharia da estatal, à época comandada por Renato Duque, e na BR Distribuidora. Duque era apelidado de ;My Way; pelo subordinado Pedro Barusco, mas não foi alvo da operação.
Ao todo, a PF cumpriu mandados em 26 empresas. Dessas 24 são firmas de fachada ou utilizadas no esquema de corrupção; uma é considerada de grande porte, em Piçarras (SC); e uma responsável por armazenar documentos.
A PF cumpriu dois mandados de busca em Piçarras. Lá, uma grande empresa fornecedora de tanques de combustível e de caminhões para abastecimento de aviação fechou contratos com a BR Distribuidora. Segundo o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, há suspeita de que esses negócios envolveram o pagamento de propina.
[SAIBAMAIS]Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado do Paraná, Igor de Paula Romário, há suspeita de que essa firma pagou a funcionários da Petrobras por informações privilegiadas que lhe garantiram contrato com a BR Distribuidora. O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os operadores ;têm muitas ligações com agentes públicos dentro da Petrobras; .
Segundo Carlos Fernando, os operadores tinham proximidade com a Diretoria de Serviços e Engenharia, que foi comandada por Duque. Apesar disso, os investigadores não pediram a prisão dele, ao menos por enquanto, por não terem provas suficientes.
Os supostos crimes aconteceram até 2014, quando Duque não estava mais na diretoria, mas os delegados e procuradores ainda não têm certeza de quando começaram. ;Essa é a importância desse fato, que não envolve só a Diretoria de Abastecimento (antes comandada por Paulo Roberto Costa) e Internacional (antes dirigida por Nestor Cerveró);, explicou Carlos Fernando.
As suspeitas ainda precisam ser confirmadas. Parte das acusações é baseada na palavra de criminosos colaboradores em regime de delação premiada. ;Buscar documentos é essencial;, completou o procurador. ;Essa operação se destina a produzir provas.; Por isso, os investigadores não divulgaram nomes. A prisão preventiva no Rio de Janeiro não tinha sido cumprido até as 10h.